Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


A FOTO OXIDADA

Poema de Antonio Miranda

  1. Longe de mim,
    comigo mesmo.

    Vejo-me outro
    — Tal qual fui
    numa fotografia
    oxidada:

    — vestígios de mim,
    irreconhecíveis,
    irreconciliáveis.

    Não sou eu
    aquele jovem “gazela”
    sobre a bicicleta
    atirando-se no abismo...

    Ou era, se é que fui.

    Do distanciamento
    da paisagem e do tempo
    o desvendamento impossível,
    pouco resta do que fui
    nesta arqueologia do ser.
  2. Se fui, já não sou
    — mas também aí está a foto
    inclemente
    acusando-me
    por comparação.

    E que terrível
    é ver-se outro:
    verso e inverso.

    Sim: O tempo oxida
    a foto
    e a pessoa
    sem clemência.

    Não me julgo, nem
    me entendo.

    Aquele jovem
    de olhar indagativo
    — ele tinha as respostas
    que eu não mais
    tenho.
  3. Impossível revê-lo
    sem julgá-lo
    ou condená-lo.

    O corpo é que
    faz o julga mente.

    Como forças divisórias
    como pesos e medidas
    que se afastam,
    de variada bitola.

    Aquele menino da  foto
    não mais existe
    — existo eu
    que o contradigo.

Ilustração gerada por IA, por  
Nildo Moreira, em 2025.


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar